A violência dos opressores, que os faz também desumanizados, não instaura uma
outra vocação — a do ser menos
Como distorção do ser mais, o ser menos leva os oprimidos, cedo ou tarde,
a lutar contra quem os fez menos
E esta luta somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscar recuperar sua
humanidade, que é uma forma de criá-la, não se sentem idealistamente opressores,
nem se tornam, de fato, opressores dos opressores, mas restauradores da
humanidade em ambos
Silêncio, está nascendo um deus negro
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Zumbi, o último guerreiro
O deus da guerra, o rei de todos os negros
Irmão e dono do mar, o mais poderoso dos gênios
Zumbi, Zumbi, oiá, Zumbi
Veio a terra pra chefiar a liberdade dos negros
Quilombola brasilificado nos mocambo
Filho dos quilombos na senzala escura e fria
Vive uma esperança, em meio aos banzos, ainda persiste um sonho
Zumbi, Zumbi, oiá, Zumbi
Salve o deus negro
Pra uns, sua insurreição
Pra outros, um pesadelo
Um vendaval, todos diziam: Zumbi era imortal
O tambor e canto de louvação aos deuses
Lhe afastava de todo mal
Jamais se renderia a uma guerra
Jamais deixaria seu povo, a sua história, a sua terra
A raiz implantada ultrapassou os elos da vida
A canção da velha África nunca foi esquecida
O dialeto, cântico de magias e profecias zumbisticas
Não só penso na liberdade de Palmares
Ainda há senzalas por todos os lados
Não se trata somente viver livre
Mas sim de libertar os ainda escravos
O negroado, rei Zumbi, o capitão mouro da salvação
A cada negro que se liberta, liberta um milhão
A batalha final está chegando, precisaremos ir até o fim
Quem pertencer a Palmares irá morrer em liberdade
Salve o rei Zumbi
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Salve o rei Zumbi, salve o rei
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Salve o rei Zumbi, salve o rei
Zumbi, não apareceu por acaso, foi um predestinado
A resistência de um herói-símbolo na libertação dos escravos
As guerras nas capitanias eram estratégias de combate
O grande reino negro tornou-se poderoso
Não subestime a força de Palmares
É, palmares cresceu forte
Os orixás protegem a terra dos homens livres além da vida e da morte
O negro na mata encontrava-se com seus deuses
O bravo guerreiro palmarino se pactuava a proteger a sua aldeia, a sua gente
Os tambores cadenciaram o canto e as danças
As tradições culturais, a crença, a fé, a luta, a união e a esperança
É mandinga, é manha, é malícia, é força, é coragem
O feiticeiro negro ultramarino atacando entre terras e mares
Zumbi locomaníaco a solta em mais um canavial sangrento
A palmatória e os açoites não foram camuflados
E nem muito menos superado pelo o tempo
Capitão Zumbi, entre lanças, tiros, flechas e armadilhas
O chicote dos feitores jamais lhe atingiria
Objeto sem alma sempre foi o dominador
A séculos vivemos em uma Inquisição, onde não definem o condutor
Nada foi e nem será por acaso
Se existe um caminho existe um fim
Por isso a saga continua, salve o rei Zumbi
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Salve o rei Zumbi, salve o rei
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Salve o rei Zumbi, salve o rei
«Como pode um bando de negros dominar um estado inteiro Construir uma cidade,
nos afrontando com sua liberdade»
Era o que se ouvia nos quintais, nos casarões
Que tinha cada dia menos escravos, pra desgosto dos barões
Cansados, então, de tanto facão e lança cravada no peito
Fecharam a mão, olharam pro chão, disseram: «não tem jeito»
«Tragam de São Paulo, o homem mais caro, quero ele aqui
Que venha com as armas pra entrar na batalha e destruir Zumbi»
Mas destruir Zumbi não era tão fácil, como pensavam os governadores
Que receberam soldados de apoio de vários senhores
E os rumores que se ouvia na face da terra, nos mares
Era que apenas a traição poderia destruir Palmares
O rei da liberdade convoca: seus guerreiros, generais
Pois lutariam até o fim, assim morreriam em paz
Os guerreiros palmarinos investiram bravamente contra Jorge Velho
Que tinha em mente acabar com o quilombo e todo o seu império
Conseguiu o que queria, rá, destruiu a cidade da paz
Só não destruiu a coragem do povo negro, que não se rende jamais
Depois do massacre, Jorge Velho reconhece a bravura do negro forte
Que passou a ser conhecido como «Zumbi», aquele que nunca morre
História antiga, repetida nos tempos de hoje
Onde o negro pobre vive num constante açoite
Domina um leão por dia e por isso assim grito pra todo mundo ouvir:
Salve o Rei Zumbi
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Salve o rei Zumbi, salve o rei
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Salve o rei Zumbi, salve o rei
Salve o rei, salve o rei Zumbi
Salve o rei Zumbi, salve o rei
Os brancos jamais aceitaram a liberdade dos negros
E, com a morte de Zumbi, poriam fim as lutas, mas não a escravidão
Negros e brancos se perderam por entre o vermelho do sangue derramado em
Palmares
E, ainda assim, todos os negros acreditavam na sobrevivência de Zumbi
Um guerreiro planeja sua liberdade
Zumbi voltará para nos salvar, ele vai voltar
O deus negro não pode estar morto, ele é eterno
Rezaremos pela sua salvação, pela sua ressurreição
Zumbi vive, ele é eterno
E pro bem da nação, o rei de Palmares irá voltar
Salve o rei zumbi, salve, salve
Salve o rei, é pra salvar o reino
Salve o rei Zumbi, rei Zumbi
Salve o rei, é o rei Zumbi do Brasil
Salve o rei Zumbi, ele é o nosso rei
Favela, favela, aqui o bicho pega, se pega
Periferia, becos, vielas
Favela, favela, aqui o bicho pega, se pega
Periferia, becos, vielas
Se pá, pum, vish, já era
Favela, favela, aqui o bicho pega, se pega
Periferia, becos, vielas
Se pá, pum, vish, já era
Falador passa mal, rapaz
TanyaRADA пишет:
- спасибо! От Души!!! ( Улыбаюсь...)все так!!!Liza пишет:
Любимая песня моей мамы